A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL EM TEMPOS DE COVID-19

A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL EM TEMPOS DE COVID-19

 


Grande parte das pessoas seguiam suas vidas fazendo planos futuros, até que repentinamente mudanças drásticas ocorreram devido ao surgimento do COVID-19. E diga-se de passagem, com um agravante chamado medo, por sentirem suas vidas e de seus familiares ameaçadas pela doença. Por mais difícil que seja, precisamos lembrar que o desespero não resolverá a situação. O que ajuda, é manter a calma na medida do possível neste período de turbulência. Além dos cuidados preventivos da saúde física, é importante o cuidado com a saúde mental. Pensando nisso, elencamos alguns pontos para reflexão:

VENCER O PÓLO DO DESESPERO E DA INDIFERENÇA

Quando nos desesperamos nossa capacidade de análise e ações racionais ficam comprometidas; porém quando conseguimos manter a calma mesmo em períodos estressantes, é possível analisar a situação com mais clareza e buscar decisões mais estratégicas para seguir em frente. No outro pólo, que diz respeito a indiferença ao problema que ressoa mundialmente, o COVID-19, na tentativa ingênua de blindar-se da preocupação e do medo, também não resolverá. Precisamos ter acesso a informações claras e reais para enfrentar essa fase.  

MEDO

É natural sentir medo, pois em determinada dose ele atua como um fator protetivo nos afastando de situações perigosas. Entretanto quando é excessivo, ele paralisa e impede o movimento de superar a as dificuldades. Ao se assumir que sente medo e se dispor a enfrentá-lo, obtêm-se como resultado uma atitude de coragem. Entretanto quando se tenta negá-lo, a reação ocorre de forma temerosa. Retire do medo uma dose de prudência! 

DIFERENCIAR OS FATORES CONTROLÁVEIS DOS FATORES INCONTROLÁVEIS

Saber diferenciar estes fatores, é essencial para contribuir com a manutenção da calma: Algumas situações estão fora do nosso controle: economia mundial, cenário político, incertezas, atitudes de outras pessoas, fim da pandemia e cura do COVID-19. Enquanto outras, podem ser manejadas por nós: não focar em notícias ruins, cuidar da alimentação, beber bastante água, aprender coisas novas, higienização constante, evitar sair de casa e não espalhar fake news.

PERIGO DO EXCESSO DE INFORMAÇÕES E NOTÍCIAS FALSAS

A informação é uma grande aliada para obtermos conhecimentos sobre a doença e as formas de prevenção. Entretanto ficar exposto demasiadamente a estas ou ter acesso a notícias falsas, pode gerar muita ansiedade e medo. O ideal é buscar fontes seguras de informações e acessá-las de uma até duas vezes por dia no máximo.

COMUNICAÇÃO DIRETA COM OS FILHOS

Explicar o que está acontecendo e conversar sobre as formas de prevenção: importância e não colocar a mão na boca, olhos e nariz; lavar as mãos; uso do álcool em gel e o isolamento social. Além de falar é essencial escutar as crianças para saber quais são suas dúvidas e medos.

ISOLAMENTO SOCIAL NÃO É SINÔNIMO DE FÉRIAS E NEM DE PRISÃO

O isolamento é decisivo para redução dos números de transmissões da doença. Ao invés de sentir-se privado de sua liberdade, lembre-se que nem todas as pessoas tem condições de permanecerem em suas casas, pois muitas precisam trabalhar na linha de frente na área da saúde no combate ao COVID-19; moradores de rua que não tem onde refugiarem-se; e outros. É importante entender que este período não é definitivo e sim transitório – em breve passaremos por ele. Aproveite o tempo para fazer o que gosta, ler, iniciar cursos a distância, brincar e jogar com os filhos. Já no caso das pessoas que moram sozinhas, o isolamento pode ser desesperador e angustiante para muitos. Nesse momento utilizar mais a tecnologia como as chamadas de vídeo para outros familiares e amigos, pode auxiliar. 

DIFERENCIAR SOLIDÃO DE SOLITUDE

Solidão é o sentir-se só, que pode ocorrer até mesmo quando a pessoa está acompanhada de outras pessoas, como por exemplo: uma relação conjugal onde não há diálogo, reciprocidade e companheirismo. A solitude é o estar sozinho sem sentir solidão, apreciar sua própria companhia, um momento de voltar-se para si. Neste sentido o isolamento social pode ser transformado um período para reflexões e descobertas de oportunidades, como por exemplo fazer algo que gosta e que não tinha tempo até então.

CUIDAR DE SI E DOS OUTROS

Infelizmente algumas pessoas continuam que acreditando que “é só uma gripe”, e por isso não seguem as recomendações de isolamento social e de higiene. Lembrando que, “Quanto antes nos distanciarmos, antes nos abraçaremos”, como diz a frase que se repete nas redes sociais.

PENSAR NO COLETIVO E NOS IMPACTOS SOCIAIS

Se você não faz parte do grupo de risco e tem condições de sair para fazer as compras básicas (farmácia e mercado), ofereça ajuda a um vizinho ou um familiar. Deixe as compras na porta e não esqueça dos cuidados de higiene ao chegar em casa. Existem também pessoas que precisam de qualquer tipo de colaboração (alimentos, produtos de higiene e etc), como os vendedores informais que perderam sua renda de subsistência familiar e moradores de rua – a contribuição pode ser direta a essas pessoas ou por meio de entidades não governamentais que prestam apoio.

E por fim, cuidem de si e de seus familiares, lavem bem as mãos, usem álcool em gel, fiquem em casa e busquem manter a calma. Logicamente após a passagem desta pandemia, haverá consequências que enfrentaremos, mas lembre-se que este momento é compartilhado mundialmente. Vamos buscar focar nas soluções e não no problema, isso nos dará mobilidade e estratégias para superar esse período. 

 

Daniele Regina Pacher 

Psicóloga Clínica CRP 20/5140
Assistente Social CRESS 23/421

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